terça-feira, 4 de dezembro de 2012

sábado, 1 de dezembro de 2012

Vídeo- A Pequena Vendedora de Fósforos


HISTÓRIA - NATAL

A Pequena Vendedora de Fósforo

Fazia um frio terrível; caía a neve e estava quase escuro; a noite descia: a última noite do ano. Em meio ao frio e à escuridão uma pobre menininha, de pés no chão e cabeça descoberta, caminhava pelas ruas. 

Quando saiu de casa trazia chinelos; mas de nada adiantavam, eram chinelos tão grandes para seus pequenos pezinhos, eram os antigos chinelos de sua mãe.

A menininha os perdera quando escorregara na estrada, onde duas carruagens passaram terrivelmente depressa, sacolejando. Um dos chinelos não mais foi encontrado, e um menino se apoderara do outro e fugira correndo. Depois disso a menininha caminhou de pés nus - já vermelhos e roxos de frio.

Dentro de um velho avental carregava alguns fósforos, e um feixinho deles na mão.
Ninguém lhe comprara nenhum naquele dia, e ela não ganhara sequer um níquel.
Tremendo de frio e fome, lá ia quase de rastos a pobre menina, verdadeira imagem da miséria!

Os flocos de neve lhe cobriam os longos cabelos, que lhe caíam sobre o pescoço em lindos cachos; mas agora ela não pensava nisso. Luzes brilhavam em todas as janelas, e enchia o ar um delicioso cheiro de ganso assado, pois era véspera de Ano-Novo.
Sim: nisso ela pensava!

Numa esquina formada por duas casas, uma das quais avançava mais que a outra, a menininha ficou sentada; levantara os pés, mas sentia um frio ainda maior.

Não ousava voltar para casa sem vender sequer um fósforo e, portanto sem levar um único tostão. O pai naturalmente a espancaria e, além disso, em casa fazia frio, pois nada tinham como abrigo, exceto um telhado onde o vento assobiava através das frinchas maiores, tapadas com palha e trapos. 

Suas mãozinhas estavam duras de frio. Ah! bem que um fósforo lhe faria bem, se ela pudesse tirar só um do embrulho, riscá-lo na parede e aquecer as mãos à sua luz!
Tirou um: trec! O fósforo lançou faíscas, acendeu-se.

Era uma cálida chama luminosa; parecia uma vela pequenina quando ela o abrigou na mão em concha...
Que luz maravilhosa!

Com aquela chama acesa a menininha imaginava que estava sentada diante de um grande fogão polido, com lustrosa base de cobre, assim como a coifa.
Como o fogo ardia! Como era confortável!

Mas a pequenina chama se apagou, o fogão desapareceu, e ficaram-lhe na mão apenas os restos do fósforo queimado.
Riscou um segundo fósforo.
Ele ardeu, e quando a sua luz caiu em cheio na parede ela se tornou transparente como um véu de gaze, e a menininha pôde enxergar a sala do outro lado. Na mesa se estendia uma toalha branca como a neve e sobre ela havia um brilhante serviço de jantar. O ganso assado fumegava maravilhosamente, recheado de maçãs e ameixas pretas. Ainda mais maravilhoso era ver o ganso saltar da travessa e sair bamboleando em sua direção, com a faca e o garfo espetados no peito!

Então o fósforo se apagou, deixando à sua frente apenas a parede áspera, úmida e fria.
Acendeu outro fósforo, e se viu sentada debaixo de uma linda árvore de Natal. Era maior e mais enfeitada do que a árvore que tinha visto pela porta de vidro do rico negociante. Milhares de velas ardiam nos verdes ramos, e cartões coloridos, iguais aos que se vêem nas papelarias, estavam voltados para ela. A menininha espichou a mão para os cartões, mas nisso o fósforo apagou-se. As luzes do Natal subiam mais altas. Ela as via como se fossem estrelas no céu: uma delas caiu, formando um longo rastilho de fogo.

"Alguém está morrendo", pensou a menininha, pois sua vovozinha, a única pessoa que amara e que agora estava morta, lhe dissera que quando uma estrela cala, uma alma subia para Deus.

Ela riscou outro fósforo na parede; ele se acendeu e, à sua luz, a avozinha da menina apareceu clara e luminosa, muito linda e terna.
- Vovó! - exclamou a criança.
- Oh! leva-me contigo!
Sei que desaparecerás quando o fósforo se apagar!
Dissipar-te-ás, como as cálidas chamas do fogo, a comida fumegante e a grande e maravilhosa árvore de Natal!

E rapidamente acendeu todo o feixe de fósforos, pois queria reter diante da vista sua querida vovó. E os fósforos brilhavam com tanto fulgor que iluminavam mais que a luz do dia. Sua avó nunca lhe parecera grande e tão bela. Tornou a menininha nos braços, e ambas voaram em luminosidade e alegria acima da terra, subindo cada vez mais alto para onde não havia frio nem fome nem preocupações - subindo para Deus.

Mas na esquina das duas casas, encostada na parede, ficou sentada a pobre menininha de rosadas faces e boca sorridente, que a morte enregelara na derradeira noite do ano velho.

O sol do novo ano se levantou sobre um pequeno cadáver.
A criança lá ficou, paralisada, um feixe inteiro de fósforos queimados. - Queria aquecer-se - diziam os passantes. Porém, ninguém imaginava como era belo o que estavam vendo, nem a glória para onde ela se fora com a avó e a felicidade que sentia no dia do Ano­ Novo. 

conto de Hans Christian Andersen
(imagem do site: abckids.com.br)
http://elyastros.blogspot.com.br/2010/12/pequena-vendedora-de-fosforo.html

terça-feira, 27 de novembro de 2012

NATAL - Decorando a Casa

NATAL COM BAIXO CUSTO

"Oi galera,

incrível como a gente mal guarda as coisas de Natal e precisa desempacotar tudo novamente.
Se você é assim como eu que fica ansiosa pra chegar essa época do ano, onde a gente começa à fazer mil planos de renovação, tanto na vida, como na casa, nas finanças, e deixar a casa decorada pra chegada do bom velhinho, a hora é essa!

A grande jogada é sempre comprar enfeites que podem ser utilizados no ano seguinte, trocando apenas as cores da bola e dos laços, caso você seja uma pessoa agoniada como essa que vos escreve.  

Idéias práticas e baratas que você pode colocar em prática.

1 - Pendure fotos - Recorte fotos das pessoas que você ama, passe um laço e pendure na árvore. Se quiser dar um charme, pode colar em papel de scrapbook.
2 - Espalhe Pisca-pisca - A casa fica iluminada e alegre e além de pendurar, podem ser utilizadas dentro de garrafas ou vasos. (Eu sempre faço uma corrente na parte superior da cortina da sala).
2 - Use bolas -  Se você tem muitas bolas (que é um artigo barato), não precisa se limitar à usar somente na árvore, pode usar também na decoração da casa. Pendure no teto, coloque em vasos transparentes, faça um pingente pra cortina.
Tá sem grana ou falta espaço pra montar a sua árvore, vem comigo AQUI, e não fique de fora do clima de Natal!"

http://lymello.blogspot.com.br

Música Espírita - Sim Pro Amor - Plinio Oliveira

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Música - Corpinho

A. Depois da música peça aos Evangelizandos para: a) Mexer os dedos fingindo que toca piano, depois os pulsos; b) Colocar as mãos nos ombros e rodar os ombros para a frente e para trás; c) Com as mãos no pescoço, elevar os cotovelos e expirar; d) Com as mãos na cabeça mexer a mesma para a frente e para trás e para a direita e para a esquerda; e) Apoiar os braços na mesa e esticar e encolher as pernas. Ficar na ponta dos pés e rodar os tornozelos. B. Agora sentados devem: a) Massagear os dedos dos pés; b) Rodar os tornozelos, um de cada vez; c) Dar um “pontapé” no ar, um pé de cada vez; d) Juntar as plantas dos pés segurando com as mãos e mexe os joelhos para cima e para baixo; e) Ficar na posição de gato: arquer as costas e esticar o tronco. C. Agora de pé devem: a) Abaixar-se sobre os calcanhares e voltar a levantar-se; b) Colocar as mãos na cintura e mover-se para a direita e para a esquerda; c) Com os braços levantados, inclinar-se de um lado e do outro; d) Esticar os braços e deixar cair. Ensinar aos Evangelizandos a seguinte lengalenga (acompanhar as palavras com gestos): Sou pequenino (mãos junto ao chão ou para baixo) E quero crescer (esticar braços bem alto) Vou pedir aos pés (movimentar os pés) Vou pedir às mãos (movimentar as mãos) Vou pedir à boca ( sinal de silêncio) Para não mexer (dizer estas palavras a sussurrar, repetir só com o movimento dos lábios). Exercícios e lengalengas retirados do site http://educamais.com/ Agora o Evangelizador deve colocar um cd com música bem suave e pedir aos Evangelizandos devem se sentar com os pés apoiados no chão, ligeiramente afastados, apoiarem as mãos sobre os joelhos, fechar os olhos e inspirar e expirar profundamente três vezes. O Evangelizador deverá guiar o relaxamento: Imagine que seus pulmões são uma bola de aniversário, quando você inspira você infla a bola, até que ela fique bem cheia. Agora você expira e a bola se esvazia, lentamente. Agora imagine que você está em um lago bem bonito. A água está em um temperatura muito agradável e você bóia sentindo a água relaxar cada parte de seu corpo, levando embora todo o cansaço, o medo, a tristeza e a raiva. Aproveite essa água tão especial. http://jardimsecretodalaura.blogspot.com.br/

Poesia - Para Encantar a Alma

Para encantar a alma...




Para encantar a alma...
"Onde vais passarinho,
Com tanta pressa de manhã?
Vou preencher o meu ninho,
Com fiapinhos de lã...
Onde vais passarinho,
Ao entardecer, cheio de graça?
Vou decorar o meu ninho
Com pedacinhos de massa...
E onde vais passarinho,
Voando à luz do luar?
Vou me aconchegar em meu ninho,
Para logo poder sonhar...
Novo dia,
Primeiros raios de sol...
La vai o passarinho
Buscar folhas no paiol..."

Texto escrito por Simone Patrocínio, inspirado. 
Pastel pictografado por Simone Patrocinio
http://jardimsecretodalaura.blogspot.com.br/

Plinio Oliveira - Sim para o Amor

sábado, 24 de novembro de 2012

Natal em Maquete

FEITO NA BANDEJINHA DE ISOPOR QUE PODERÁ SER SUBSTITUÍDA POR PRATINHOS DESCARTÁVEL OU TAMPA DE CAIXAS


Aulas- Caridade

A CARIDADE



A caridade consiste em fazer o bem e evitar o mal.
Estudando-se a vida espiritual descobriu-se que os espíritos felizes são aqueles que viveram na Terra fazendo o bem, isto é, praticando a caridade.
Se é preciso fazer o bem para a gente ser feliz, devemos adotar a regra: — fora da caridade não há salvação.
Esta é a norma que o Espiritismo apresenta para todos os encarnados de boa vontade, que trabalham para o seu progresso.
Submetendo nossa vida à lei da caridade, nós nunca nos desviaremos do caminho do Dever e entraremos no mundo espiritual com a consciência tranqüila.
A pessoa caridosa é paciente, é bondosa, é honesta e trabalhadora. Não tem inveja de ninguém; não prejudica a seu próximo; não é soberba e não tem orgulho nem vaidades.
A pessoa caridosa não é ambiciosa; não é egoísta; não se irrita e não fala mal dos outros.
Quando precisa repreender alguém o faz com energia, sem magoar.
A pessoa caridosa é verdadeira e sincera; ama a justiça e a verdade.
A pessoa caridosa não se vinga e não guarda ódio; combate o mal, os vícios, os preconceitos e a hipocrisia.
Enfim, a pessoa caridosa faz aos outros somente aquilo que desejaria que os outros lhe fizessem.
A prática da caridade transformará a Terra em um paraíso; é por isso que o Espiritismo aponta como o caminho da felicidade a lei: — fora da caridade não há salvação.
PERGUNTAS
1. O que é a caridade?
2. A que lei devemos submeter nossa vida?
3. O que é ser paciente?
4. O que é ser bondoso?
5. O que é ser honesto?
6. O que é não ter inveja?
7. O que é não ser soberbo?
8. O que é não ser ambicioso?
9. O que é não ser egoísta?
10. O que faz aos outros uma pessoa caridosa?
11. Qual é a lei que o Espiritismo nos aponta como o caminho da felicidade?
  
2) O REINO DE DEUS
Jesus não se cansou de nos dizer que precisamos trabalhar ativamente para alcançarmos o reino de Deus ou o reino dos céus, como também é chamado.
Onde estará situado esse reino maravilhoso do qual Jesus nos falava continuamente e com tanto entusiasmo?
O reino de Deus está situado em toda a parte; é o universo, é o espaço sem fim, são os milhões de estrelas; é o sol, é a lua, é a Terra.
Neste reino imenso uns são felizes e outros são infelizes.
São felizes aqueles que possuem uma consciência pura.
Os que possuem uma consciência pura são os obedientes, os bondosos, os trabalhadores, os estudiosos e todos os que vivem em paz com seus irmãos, sem prejudicá-los.
São infelizes os que são acusados por sua consciência dos erros que praticaram.
Os vadios, os malvados, os ignorantes, os preguiçosos e os inúteis são infelizes.
Nossa consciência é o nosso juiz. Ela julga todos os nossos atos e coloca-nos
automaticamente nos planos felizes ou infelizes do reino de Deus.
Entretanto, Deus não quer que seus filhos culpados sejam infelizes para sempre; perdoa-lhes e lhes fornece os meios de se tornarem felizes pelo bem que começarem a fazer.
Não há ninguém excluído do reino de Deus. Cada espírito o sente de acordo com o grau de adiantamento e de purificação a que chegou.
O mundo espiritual tem esplendores por toda a parte, harmonias e sensações que nós, que ainda estamos presos à matéria, não podemos ver e que somente são acessíveis aos espíritos purificados.
No reino de Deus todos os espíritos trabalham; desde o mais pequenino até o mais luminoso, todos têm o seu dever a cumprir. A cada um segundo sua capacidade.
Os mais puros fazem parte do conselho supremo de Deus e conhecem todos os seus pensamentos. Uns são encarregados da direção de um mundo: a Terra, por exemplo, é dirigida por Jesus.
Outros zelam pelo progresso das nações, outros protegem as famílias e outros os indivíduos.
Por toda a parte há progresso, há vida, há trabalho, há felicidade.
Unicamente de nós depende sermos dignos de contemplar o majestoso reino de Deus.
PERGUNTAS
1. O que Jesus não se cansou de nos dizer?
2. Onde está situado o reino de Deus?
3. Quem é feliz no reino de Deus?
4. Quem é infeliz no reino de Deus?
5. Quais são os que têm uma consciência pura?
6. Quem é o nosso juiz?
7. Como é que cada espírito sente o reino de Deus?
8. A que trabalho se entregam os espíritos no reino de Deus?



3) COMO SE FAZ UM BENEFÍCIO
À medida que formos ingressando na vida ativa e trabalhosa que nos aguarda, muitas vezes precisaremos dos outros e os outros precisarão de nós.
Há uma porção de irmãos nossos que necessitam de auxílio. Deus os colocou ao nosso lado para que os amparássemos e fôssemos aprendendo a exercer a caridade.
Os benefícios que podemos fazer aos nossos irmãos são: ensiná-los; curá-los; aconselhá-los; dar-lhes esmolas; emprestar-lhes alguma coisa; arranjar-lhes empregos; livrá-los dos vícios; ajudá-los nas dificuldades e muitos outros.
Se tivermos boa vontade e bom coração sempre arranjaremos um meio de auxiliar um irmão.
Quando tivermos ocasião de prestar um benefício, tenhamos o cuidado de não humilhar quem o recebe. Nunca contemos aos outros os favores que fazemos e os auxílios que damos.
Há grande dor no coração do irmão necessitado e não devemos aumentar-lhe o sofrimento, humilhando-o diante de todos.
Não façamos um benefício esperando uma recompensa; os hipócritas é que fazem assim.
Ajudemos a todos desinteressadamente e Deus, que tudo vê, saberá dar a cada um de nós o prêmio de nossa boa ação.
PERGUNTAS
1. Por que Deus colocou ao nosso lado irmãos que necessitam de nosso auxílio?
2. Quais são os benefícios que podemos fazer ao nosso próximo?
3. Para prestarmos um auxílio, o que precisamos ter?
4. Qual é o cuidado que devemos ter quando prestamos um benefício?
5. O que nunca devemos contar aos outros?
6. Por que é que devemos beneficiar um nosso irmão ocultamente?
7. Quem é que faz um benefício esperando uma recompensa?
8. Quem é o que nos dará o prêmio de nossas boas ações e de nosso bom comportamento?

http://lubeheraborde.blogspot.com.br



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sugestão de Blog

Bolsinhas Natalinas

Amiguinhas professoras que ainda não fizeram lembrancinhas para as crianças, ai vai um projetinho bem simples de fazer, e tenho certeza que a meninada vai adorar.
As bolsinhas podem ser recheadas com balinhas, lápis de cores, bloquinho, barra de chocolate, enfim... vale a criatividade. Se interessar, imprima o molde e mãos a obra!!!





http://jacirinha.blogspot.com.br/

sábado, 17 de novembro de 2012

O Natal de Manuel




            André estava ajudando a mãe dele a arrumar a sala para a festa. Armaram o presépio. Penduraram bolas na árvore. Enfeitaram as portas. Pintaram os vidros da janela. Tudo para o Natal. E André quis saber:
            - Mãe, que é Natal?
            - É a festa do nascimento do menino Jesus.
         Mas antes que ela explicasse mais, a campainha tocou. Tia Marta e tio Waldemar estavam chegando. Ele estava muito contento e disse:
            - Minha loja está cheia de gente comprando coisas. Vou faturar firme. Natal é um tempo ótimo para ganhar dinheiro.
            Mas tia Marta não parecia contente. Estava era muito cansada. Sentou numa poltrona, tirou os sapatos, pediu um copo d´água e falou:
            - Esse negócio de comprar presentes me mata. Natal é um inferno.
            André ouviu aquilo e ficou pensando. Não estava entendendo nada. Saiu da sala e foi para o quintal. No corredor, ouviu a irmã mais velha falando no telefone:
            - Estou louca para chegar logo o Natal, para eu usar meu vestido novo.
            E na cozinha, no meio de uma porção de formas e panelas, a cozinheira reclamava:
            - Eu não agüento mais. Todo Natal é esta trabalheira...
            Cada vez André entendia menos. Ainda bem que Henrique estava brincando na calçada. Henrique era o primeiro aluno da classe, sabia sempre todas as lições, respondia a tudo. Devia saber. André resolveu perguntar:
            - Henrique, que é Natal?
            - É a capital do Rio Grande do Norte.
            Mas Tião, o filho do porteiro do prédio ao lado, corrigiu:
            - Natal era um cara lá de Madureira, que ajudou muita gente. Ele era da Portela, mas já morreu.
            Lá dentro, um anúncio no rádio gritava:
            - Aproveite o Natal e troque sua geladeira!
            E depois:
            - O Natal é um presente que você trabalhou para merecer.
            É... O Natal de Henrique e o do rádio não podiam ser o mesmo. Enquanto André pensava, viu que a avó vinha chegando. Depois de lhe dar um beijo, ela perguntou:
            - Você está se portando direitinho, André? Amanhã é Natal, dia de menino bonzinho ganhar presente.
            André resolveu perguntar ao pai, de noite, quando ele chegasse do trabalho. E ouviu isto:
            - É um dia ótimo, feriado. Não tenho trabalho.
            Antes de dormir, André ficou deitado, pensando naquilo tudo. A cabecinha dele lembrava todas aquelas coisas: Natal é o nascimento de Jesus.         É um tempo ótimo para ganhar dinheiro. É dia de ficar em casa sem trabalhar. É uma trabalheira. É um presente. É um inferno. É hora de trocar a geladeira. É um homem lá de Madureira, É a capital do Rio Grande do Norte. É dia de botar vestido novo. É dia de menino bonzinho ganhar presente.

            No dia seguinte, André resolveu falar com Manuel. É que Manuel era o maior amigo dele, colega na escola pública, um menino muito pobre, filho de dona Maria e de seu José, marceneiro e biscateiro que morava na favela ali perto.
            - Manuel, eu queria descobrir o Natal de verdade.
            - Natal é o que a gente acha que é. Cada um tem o seu, de um jeito diferente. Para você, Natal é o que, André?
            - Sei lá... Um dia de estar todo mundo junto, alegre, Uma festa.
            - É isto mesmo. Mas tem alguns segredos.
            - Já sei, Precisa ser bonzinho...
            - Nada disso. Precisa é ser bom. Bom mesmo. Emprestar brinquedos para os outros. Não maltratar os animais. Não bater em menino menor.
            - Em maior pode?
          - Às vezes, pode, que nem no outro dia, quando o João queria quebrar a bicicleta da Tereza e você não deixou. Mas o melhor é descobrir sozinho os segredos do Natal.
            Então André convidou:
            - Você não quer vir com seus pais passar o Natal lá em casa conosco?
            Manuel deu um sorriso muito maroto, de quem estava aprontando alguma brincadeira:
           - Querer, quero. Mas nós vamos estar muito ocupados hoje... Não posso prometer. Quer dizer, não vou, mas vou.
            E os dois se despediram.
            De noite, começou a festa, linda.
            Uma porção de coisas gostosas em cima da mesa. Uma porção de presentes junto da árvore. Uma porção de gente chegando, sorridente, de roupa nova. Os avós, os tios, os primos, os irmãos, os amigos. Só Manuel não chegava com dona Maria e seu José.
            Todo mundo ria e estava alegre. Começaram a comer e a beber em volta da mesa. Mais tarde, cada um deu presentes para os outros e foi muito divertido. André pegou logo uns carrinhos e foi brincar perto de onde estava armado o presépio.
            Então ele lembrou que aquela festa toda era por causa do nascimento do menino Jesus. E começou a conversar com o aniversariante, que estava quietinho lá no presépio, deitado na palha perto de São José e de sua mãe, Maria.
            - Como é, Jesus, está gostando de sua festa? Sabe de uma coisa? Eu nunca tinha reparado, mas você é a cara do Manuel...
            Aí o menino Jesus do presépio piscou o olho para André, e deu aquele mesmo sorriso maroto do Manuel. André sabia que não era sonho, que não era porque estava tarde e ele também já estava piscando. Era porque Manuel tinha vindo mesmo ao Natal dele.
            E André ficou ainda mais feliz. E aprendeu então o segredo do Natal.     Aprendeu que Natal é um dia de festa, mas não é muito diferente dos outros dias. Quem é interesseiro o ano todo, continua interesseiro no Natal. Quem é resmungão, continua resmungão. Quem é invejoso, também. Quem só pensa em comer, só vê comida. Quem gosta das pessoas fica feliz porque todo mundo está alegre junto.

            E quem é bom e quer encontrar o Natal de verdade pode até descobrir que o menino Jesus é um amigo da gente.

Fonte: O Natal de Manuel, Ana Maria Machado - Editora Nova Fronteira, 1985, RJ.

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