sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Aula

LEI DE IGUALDADE - COOPERAÇÃO- O Carrinho

Postado por Lu Beheraborde



Quando pequenos papai lutava com alguma dificuldade para manter a família, pois éramos cinco filhos, todos pequenos.
Como estávamos sempre a desejar um carrinho, comprou-nos um, esclarecendo que pertencia a todos.
Ficamos muito contentes mas, em breve estávamos brigando, cada qual julgando ter primazia para usar o brinquedo.
Não podendo adquirir um carrinho para cada filho, certo dia, depois de uma das nossas discussões, ele chamou-nos para conversar.
- Vocês estão se desentendendo por causa do carrinho e isso não é bom. Mas há um meio de resolver o problema. Durante uma semana o carrinho vai pertencer a apenas um de vocês. Os demais se ocuparão dos trabalhos da casa, auxiliando sua mãe. Aquele que estiver com o carrinho poderá empregar o tempo do modo que quiser...
O plano não nos pareceu mau e, quando fizemos o sorteio para saber quem ficaria com o brinquedo em primeiro lugar, fui o contemplado. Fiquei muito satisfeito, mas nos dias que se seguiram percebi que brincar sem os companheiros era terrivelmente monótono. Trabalhando juntos, os meus irmãos pareciam mais contentes e felizes do que eu.
Confessei-lhes o que estava sentindo e decidimos conversar outra vez com papai.
-E vocês, sentem-se satisfeitos trabalhando sem o Juca?
Meus irmãos responderam que não. Além do trabalho ter se tornado mais árduo, eles sentiam falta da minha companhia.
Então, disse meu pai depois de pensar um pouco:
-Por que vocês não resolvem o caso da seguinte maneira: antes, vocês realizam juntos as tarefas de casa, e com o tempo que restar, pois o trabalho ficará reduzido, poderão brincar à vontade com o carrinho. Que tal a ideia?
Achamos que a solução era ótima. Começamos a trabalhar juntos, auxiliando-nos uns aos outros e, depois de tudo terminado, corríamos para o carrinho, usando-o para brincadeiras em grupo. Acabaram-se as brigas e até hoje eu e meus irmãos mantemos vivo esse espírito de cooperação e camaradagem.






http://lubeheraborde.blogspot.com.br/search/label/Aulas%20L

domingo, 17 de fevereiro de 2013

História


 
 

Valorização da vida

Certa vez, Américo, um rapaz muito jovem ainda, bastante trabalhador, de um pequeno negócio, conseguiu crescer e ganhar dinheiro comprando e vendendo mercadorias. Tanto ele trabalhou expandindo o seu mercado que, poucos anos depois, estava rico.
Todavia, Américo entusiasmado com o dinheiro fácil que lhe  vinha  às  mãos,  não  pensava  em
nada, a não ser enriquecer cada vez mais. Seu pai, Antonio, preocupado, o alertava sempre dizendo:
— Meu filho, o que adianta você ganhar tanto dinheiro se não tem tempo para mais nada? A riqueza material não é tudo na vida! Você tem saído para se divertir um pouco? Tem orado?  
Ao que Américo retrucava, dando uma risada:
— Papai, o dinheiro não é tudo, mas compra qualquer coisa. Preciso construir meu futuro enquanto sou jovem! Não se preocupe, quando sobrar tempo eu faço uma prece. Quanto a divertimento, o trabalho já me dá muita satisfação.
O pai olhava-o, sério, cheio de piedade.
Algum tempo depois, Américo conheceu Celeste, uma moça muito bonita, e em pouco tempo estavam casados. Logo nasceu Aline, um lindo bebê.
Aline foi crescendo em graça e beleza, para encanto de todos. Todavia, apesar de amar muito a filha, Américo não tinha tempo para ela nem para a esposa.
O avô era o grande companheiro e amigo de Aline, pois, quando a menina pedia para o pai levá-la para passear, ele respondia:
— Não posso, filhinha, preciso trabalhar. Mamãe ou vovô levam você, está bem?
A menina ficava triste porque amava profundamente aquele pai que nunca tinha tempo para ela.
Embora sua opinião não tivesse valor para o filho, Antonio certa ocasião lhe disse:
— Meu filho, a vida está passando e você nem percebe. Não encontra tempo para nada, nem para sua família, nem para a religião e muito menos para você. Jesus foi bastante claro quando disse: Que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? [1]
Mas Américo ouvia o pai sem dar importância às suas palavras. Um dia Aline queria ir ao cinema e o pai não pôde levá-la. Como Celeste estivesse ocupada, o avô acompanhou a neta. Porém, mal tinham saído de casa, quando ao atravessar uma avenida, veio um carro em alta velocidade, passou pelo semáforo com o sinal fechado e atropelou Aline, que foi arremessada para o alto, caindo no asfalto. O avô, ao perceber que o carro ia avançar o sinal, ainda tentou segurá-la, porém não deu tempo.
 
Tudo foi muito rápido. Alguém chamou a ambulância, que veio em poucos minutos, enquanto as pessoas se aglomeravam para ver o que havia acontecido.
O pai avisou Américo. Logo ele e Celeste chegaram ao hospital para onde Aline tinha sido
levada. Desesperados, os pais choravam. Quando o médico entrou na sala, Américo fez questão de dizer:
— Doutor, faça tudo o que puder por minha filha. Dinheiro para nós não é problema. Eu pago o que precisar para que minha filha fique boa! Qualquer quantia!
— Acalme-se, Américo. Dinheiro não é tudo na vida. Acabei de examiná-la. A menina precisa ser submetida a uma cirurgia. Depois voltarei a falar com vocês — disse o médico, encaminhando-se rapidamente para o centro cirúrgico.   
Aproveitando que estavam sozinhos, Américo perguntou ao pai como acontecera o acidente e Antonio contou, finalizando:
— Não deu tempo para nada, filho! Foi tudo muito rápido! Vamos orar. Confio que Deus, que é Pai, não deixará de nos socorrer nesta hora de grande aflição. 
Américo ouviu, mas manteve-se calado. Havia tantos anos que não orava que nem sabia mais como fazer uma prece! Naquela sala de espera, enquanto aguardava, Américo começou a falar em voz alta, chorando:
— Que adiantou trabalhar tanto, sacrificar-me, ganhar tanto dinheiro, se agora posso perder minha filhinha querida, o sol da minha existência? Se ela morrer, nada mais vai me importar. Nada.
 
Antonio aproximou-se do filho, colocou a mão no seu ombro, confortando-o:
— Meu filho, tenha confiança! O importante agora é elevarmos nosso pensamento a Deus, suplicando seu amparo para nossa querida Aline, que está precisando.
E ali, de mãos dadas, Celeste e Américo
acompanharam a oração que Antonio fez pedindo a Deus que salvasse aquela criaturinha tão adorável, que agora estava passando por uma cirurgia, de modo que seu estado não fosse grave e que ela pudesse ficar logo recuperada.
Algum tempo depois, o médico voltou informando que a cirurgia fora um sucesso, que Aline estava bem e logo poderia ir para o quarto. Eles agradeceram ao médico e se abraçaram, aliviados e felizes. Na manhã seguinte, o pai beijou Aline e disse:
— Filhinha, perdão por todas as vezes que não lhe dei atenção. A partir de hoje, vou dedicar-me mais à nossa família, que é tão importante e que eu relegava ao abandono correndo atrás de dinheiro. Tudo vai mudar, eu lhe prometo!
Abraçaram-se, emocionados, e Américo pediu:
— Vamos orar a Jesus para agradecer-lhe por ter atendido nosso pedido?
                                              
MEIMEI

(Recebida por Célia X. de Camargo em Rolândia-PR, aos 28/01/13.)
http://www.oconsolador.com.br/ano6/299/espiritismoparacriancas.html

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Aula

Jogo: Perfil dos Vultos



Amados, eis que retomo a vida em meu Pai para regressar à luz do meu Reino!... Enviei meus discípulos como ovelhas ao meio de lobos e vos recomendo que lhes sigais os passos no escabroso caminho. Depois deles (os discípulos), é a vós que confio a tarefa sublime de redenção pelas verdades do Evangelho. Eles serão os semeadores, vós sereis o fermento divino. (...)
E foi assim que, representando o fermento renovador do mundo, eles reencarnaram em todos os tempos, nos mais diversos climas religiosos e políticos do planeta, ensinando a verdade e abrindo novos caminhos de luz, através dos bastidores eternos do Tempo.” ( Boa Nova - " Os 500 da Galiléia)



Saudações!

Mural com as biografias.
Tentando estabelecer uma certa rotina de postagens para manter o blog atualizado.

O post de hoje é em homenagem ao " Fermento do Espiritismo": homens e mulheres de bem que construíram e fizeram parte da história do Espiritismo. Esta aula surgiu em razão de uma peça teatral, cuja protagonista foi Rita Cerqueira. Vulto de grande importância para a região de Três Rios e desconhecida dos jovens. E, claro, fomos percebendo que não apenas Rita Cerqueira, mas a maioria dos precursores não eram conhecidos por eles.

Para tornar o aprendizado mais divertido, a primeira abordagem que bolamos foi o " Amigo Oculto dos Vultos" - dinâmica que postei aqui no blog e cuja experiência foi bastante proveitosa.

Nesta segunda abordagem fomos um pouco além.
Montamos o tradicional "Mural dos Vultos" um mês antes da aula propriamente dita.  Trata-se de um Mural com a biografia simplificada das personagens - escolhemos cerca de 18 personalidades entre Eurípedes Barsanulfo à Meimei. E deixamos exposto no Grupo Espírita: não apenas para os jovens, mas para todos os frequentadores e pedimos aos jovens para que vez ou outra lessem as biografias.

E então, em dia específico, trouxemos para a aula o jogo " Perfil dos Vultos" homônimo do jogo da Grow: Perfil. Abaixo transcrevo o roteiro da aula.

JOGO PERFIL DOS VULTOS

Objetivo: Gerar conhecimento sobre as “personalidades” e perceber que todos fazemos parte desse time de pessoas que construíram e que constroem a doutrina Espírita. Estamos todos
destinados a sermos vultos.

MATERIAIS NECESSÁRIOS: 
18 CARTAS DE PERSONALIDADES COM 10 DICAS CADA. (Nós optamos por 18 cartas, você pode acrescentar biografias ou excluir.) | FICHAS AZUIS |FOTO DE VULTOS

COMO JOGAR
1. Dividir os componentes em grupos e que escolham um mediador – pode ser um a cada jogada. Depois de escolhido os mediadores, o grupo que começar, através de seu mediador, deverá pegar uma carta.
2. Os grupos concorrentes devem escolher uma dica entre as 10 da cartela.
3. O mediador deverá ler em voz alta a dica de número igual ao escolhido pelo grupo
concorrente da vez.

Após a leitura da dica, o grupo concorrente que escolheu o número, tem o direito de
dar palpite sobre a identidade da cartela, dizendo em voz alta quem ele pensa estar
retratado nela. Caso o jogador não queira dar o seu palpite, ele simplesmente passa a
vez ao outro grupo.
Obs. Sugerimos um ajudante para que trace os números em um quadro e vá marcando as
dicas lidas pelos grupos para manter a ordem.

ACERTANDO OU NÃO OS PALPITES:
Duas coisas podem acontecer:
1. O grupo acerta o palpite: nesse caso, o “mediador” devolve a cartela ao final da pilha
de cartelas e o grupo a sua esquerda passa a ser o “mediador” escolhendo nova carta.

2. O grupo erra o palpite: neste caso, a vez de jogar passa para o próximo grupo, que fará
o mesmo que o anterior: escolher um número de 1 a 10 (dentre os que não foram
escolhidos.), receberá a dica e dará um palpite e assim por diante. Não há penalidade
para quem errar o palpite.


PONTUAÇÃO:
Cada cartela de perfil vale 10 pontos (com exceção para a última carta que valerá o dobro
e se destinará a todos os grupos.) que serão divididos entre o grupo mediador e o
primeiro grupo que acertar o palpite. O grupo “mediador” recebe um ponto para cada dica
revelada. Já o grupo que acertar o palpite receberá um ponto para cada dica não revelada.
SOBRE A CARTELA DE NÚMERO 18 – A última carta é uma carta especial e valerá o dobro
de pontos. Ela será destinada a todos os grupos devendo ser lida pelos facilitadores.Em
nosso caso, escolhemos traçar o perfil da Mocidade do qual eles fazem parte. (Sugerimos que você pesquise o histórico de sua Mocidade e construa uma carta personalizada.)


 AS INSTRUÇÕES - PALPITE E FOTO:
Às vezes, ao escolher um número, o grupo jogador pode receber uma instrução em vez de
uma dica. São elas:
1. Um palpite a qualquer hora: o grupo recebe uma ficha azul, que lhe permite dar um
palpite imediatamente antes da jogada de qualquer outro participante ao longo de
todo o jogo (isto é, antes que o adversário escolha uma nova dica.). Isso, no entanto,
não lhe tira o direito de dar um palpite na sua jogada.
2. Você pode ver a minha foto: o grupo terá a oportunidade de ver a imagem/ fotografia
de quem está na cartela.

VENCEDOR:
O grupo que marcar mais pontos.

ANEXOS: Todas as cartas foram confeccionadas por nós. Para facilitar ao leitor/internauta basta clicar na imagem e salvá-la em seu computador. Todas as biografias constam no site da FEB. 




Garantia de diversão e aprendizado. Você pode repetir o jogo todos os anos, incluindo novas biografias e

testando o conhecimento dos jovens.
http://artedeiralem.blogspot.com.br

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

CARNAVAL- VISÃO ESPIRITA



A DOR DE CABEÇA
Sérgio Murilo chegou a casa, depois do baile carnavalesco.
Excitado.
Tomou o pijama e caminhou para o banheiro.
Chovia…
A garoa fria entrava pelo basculante aberto.
Trancou-se.
Queria água quente e acendeu o gás.
Enquanto esperava mais calor, tomou o lança-perfume e passou a sonhar,
sonhar…
Sim, era casada…
Confessara que tinha o esposo e dois filhinhos, mas beijara-o loucamente,
freneticamente.
Levara-a de carro até à residência e, no dia seguinte, terça-feira gorda, seria o
encontro real.
Zélia! E a jovem senhora fantasiada encheu-lhe a imaginação…
— Amanhã, amanhã!… — dizia baixinho, aspirando o éter.
Nisso, lembrou Sônia, a outra.
Sim, era casada igualmente.
Recordava-se!
Quando lhe dissera que não podia continuar, ela havia ficado em desespero.
E ingerira formicida em alta dose.
Quem poderia acreditar?
Todos diziam que Sônia tinha outros.
Outros e o marido… Leandro, o corredor.
Revia, agora, Leandro em pensamento…
O infeliz marido de Sônia enlouquecera, após a morte dela, e sofrera um
colapso quando em tratamento, no hospício.
Leandro… e sorriu, a sós…
A mãezinha de Sérgio, senhora espírita, que não lhe conhecia as aventuras,
dissera-lhe, certa vez: “Meu filho, não sei o que se passa, mas soube que
você está sendo seguido por um homem desencarnado, em atitudes
vingadoras… soube disso, em sessão, através do nosso benfeitor espiritual,
quando perguntei por sua dor de cabeça… nada mais soube senão que se
chama Leandro… Penso tratar-se de algum inimigo de outras existências!
…”
— Pobre mãe! — pensava Sérgio — “outras existências”, boa saída!
Certamente o médium conhecia-lhe o caso e enganava a pobre velha.
Isso fora no ano passado.
Leandro estava morto, coberto de terra.
A realidade era só isso.
E a realidade, agora, não era Sônia, mas Zélia…
— “Amanhã”, repetia enlevado.
Mas voltava a imagem de Leandro…
Por que pensar em Leandro, quando queria Zélia?
Buscava Zélia, tentava reter a figura de Zélia, esperava Zélia, mas o reflexo de
Leandro crescia sempre…
Parecia tê-lo perto, segurando-lhe a bisnaga ao pé do nariz… Coisa estranha!.
Enorme lassidão passou a invadir-lhe o corpo.
Lembrou-se do gás, mas não se pôde mexer.
Sim, via agora Leandro…
Leandro estava à frente dele e gargalhava.
Leandro, louco…
Estava morto ou vivo?
— Amanhã nem Sônia, nem Zélia… Você estará comigo! comigo!… —
gritava-lhe a sombra…
Na manhã seguinte, falava-se em suicídio na vizinhança.
E, ao choro de uma velhinha, grande rabecão removeu um cadáver para o
necrotério.

Hilário Silva
(Psicografia de Francisco C. Xavier)

http://lubeheraborde.blogspot.com.br/

Aula

A Vovó Sabe Tudo

I - BRINCANDO E APRENDENDO

Vovó Esmeralda tricotava, enquanto, por cima dos óculos, cuidava de seus netinhos que brincavam na redondeza.
Depois de certo tempo, cansados de brincar cada um por si, os meninos vieram assentar perto de Paula, que lia poesias.
Conversa vai, conversa vem, Paula contou que a poesia que acabara de ler dizia que nascer e morrer são acontecimentos da vida.
Este assunto deixou Luizinho arrepiado que até pedira:
_ Não fale em morte! Eu tenho medo.
_ Mas o que é a morte? Perguntou Roberto com ares de intelectual.
_ Não sei explicar. Disse Paula.
_ Nem eu. Complementou Luizinho.
_ Acho melhor a gente perguntar à vovó...
_ Vamos, a vovó sabe tudo! Concordaram todos. 

II - CONVERSANDO COM A VOVÓ

Um após o outro, seguiram até o banco onde vovó os observava.
Tão logo chegaram, vovó Esmeralda perguntou com a sabedoria de quem já viveu muito:
_ O que houve crianças? O que está perturbando vocês?
_ Estou com medo, vovó! Respondeu Luizinho.
_ Medo de que? Perguntou vovó Esmeralda.
Antes que Luizinho respondesse, Paula explicou:
_ Estou lendo uma poesia que diz que nascer e morrer são fatos naturais da vida, aí Luizinho ficou com medo e o Roberto quis saber o que é morte, mas nós não soubemos explicar.
_ Então viemos lhe perguntar. Completou Roberto.
Aparentando indiferença às preocupações das crianças, vovó Esmeralda olhou em volta como se procurasse alguma coisa no jardim.
Continuou em silêncio até que seus olhos brilharam quando encontrou o que procurava. 
III - A PASSAGEM

_ Meus queridinhos, olhem que beleza aquela flor! Vejam , continuou a vovó, aquela borboleta como é linda. Observem como a vida está presente por todos os lados. Olhem...
_ Vovó, acho que a senhora não entendeu a nossa pergunta. Atalhou Paula, interrompendo a fala da vovó.
_ Nós queremos saber é o que é a morte.
Vovó Esmeralda com paciência e serenidade de que lhe eram peculiares, respondeu carinhosamente:
_ Meus queridos, não há motivos para vocês se preocuparem tanto assim com esse assunto. Deus, que é Pai bondoso, não permitiria que nos acontecesse coisa ruim. A morte é uma passagem desta vida física para a vida espiritual.
_ Como assim vovó? Quis saber Luizinho que não entendeu bem esta coisa de físico-espiritual.
_ Mas vovó, é verdade que todos...que todos nós vamos morrer? Perguntou Roberto preocupado.
IV - A BORBOLETA

_ Sim, isto é verdade, respondeu vovó Esmeralda. Mas só o corpo morre, e ele é uma sala de aula para o espírito.
_ Como assim?
_ Vejamos a borboleta. Ela passa por vários corpos durante a sua vida para dar o seu vôo majestoso.
_ Vocês conhecem as transformações da borboleta? perguntou a bondosa Esmeralda.
_ Não!Deve ser legal. Conta prá nós vovó. Conta, insistiu Luizinho.
_ A borboleta - diz vovó -  nasce inicialmente de um pequeno ovo, a futura borboleta ensaia seus movimentados no desajeitado e irrequieto corpo de uma larva.
V - O SONO PROFUNDO

Treinada nos movimentos, ensaia os passos no corpo, agora transformado, da comilona lagarta.
É hora do sono profundo...
A lagarta, tem dentro de si a futura borboleta. Ela sabe que precisa dormir para a grande transformação. Caminha silenciosa ao local onde deve adormecer. Deixa de ser comilona. Pára, se enrosca e se transforma num casulo, aparentemente sem vida. Morre para o mundo...
Vovó fez uma pequena pausa.
_ E aí vovó? Ela morreu mesmo? Pergunta Paula curiosa.
VI - A METAMORFOSE

_ Não, querida. Sorriu e completou a vovó : É como se ela estivesse trocando de roupas.
Passados alguns dias, depois de várias transformações, nasce do casulo inerte a borboleta de extraordinária beleza.
Trêmula, inibida, encara o mesmo mundo em que vivera antes, como se nunca o tivesse conhecido.
Ensaia os primeiros movimentos com suas lindas asas. Voa , voa... Olha de cima, o solo em que antes rastejava com seu pesado corpo de lagarta. É a beleza da vida superando a morte...
_ Então morrer é isso vovó? pergunta Roberto.
_ Meus queridos, a metamorfose da borboleta serve apenas para ilustrar o que a vovó quer explicar. Conosco acontece uma transformação parecida apenas.
_ Como assim vovó? Quis saber Luizinho.
_ A nossa vida também continua, independentemente do corpo, que é como o casulo da borboleta. Deixamos para trás ao morrermos, mas seguimos com o nosso ser espiritual, a nossa alma, o nosso ser que é imortal...
Continuamos a ser nós mesmos, com nossos pensamentos, nossa personalidade e gostos. A vida não cessa com a morte. A morte é como se fosse uma troca de roupas, assim como a borboleta trocou de corpo.
_ Entenderam? perguntou a vovó.
_ Quase tudo! Responderam todos.
Vovó Esmeralda sorriu um sorriso de quem já viveu muito , de quem é paciente e sabe que vai ter tempo para ensinar e aprender muito mais...

( Morelli, Jaci. in: A Vovó Sabe Tudo. Tema : A morte. Edição Editora Espírita Cristã Fonte Viva.
Obra classificada em 2o lugar no I Concurso de Literatura Infantil da AME/BH
 - publicação devidamente autorizada por editora Fonte Viva)

http://lubeheraborde.blogspot.com.br/